O técnico Marcelo Oliveira chegou ao Palmeiras. Esquemas Táticos analisa como o técnico poderá armar o Palmeiras tendo como modelo seus trabalhos no Cruzeiro e no Coritiba. Nos dois clubes, Marcelo Oliveira utilizou principalmente o 4-2-3-1, esquema também utilizado por Oswaldo muitas vezes no Palmeiras.
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Faremos uma análise tático-histórica de Marcelo Oliveira e
simular formações que poderão ser utilizadas pelo técnico no Palmeiras. A primeira
delas seria o 4-2-3-1 com Rafael Marques reposicionado. Este esquema está
melhor analisado mais abaixo.
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Alternativa com Rafael Marques como "clone" de Ricardo Goulart pelo centro no 4-2-3-1 |
Coritiba
No Coritiba 2011-2012 (leia análise aqui), clube em que Marcelo Oliveira foi
recordista mundial de vitórias consecutivas (24 triunfos), bicampeão paranaense
e duas vezes vice-campeão da Copa do Brasil. O esquema mais utilizado por
Marcelo Oliveira foi o 4-2-3-1. Era um volante de marcação e outro mais
técnico. Na linha de três, um atacante de velocidade pelos lados, um meia e um
meia-atacante. Este meia-atacante, diga-se, era Éverton Ribeiro.
Cruzeiro
No Cruzeiro 2013-2014, Marcelo foi bicampeão brasileiro e
vice campeão da Copa do Brasil. Ou seja, em quatro decisões do torneio, Marcelo
Oliveira levou seus clubes a três decisões. É uma injustiça, portanto, dizer
que ele vai mal em mata-matas. O sistema tático utilizado no Cruzeiro foi,
majoritariamente, o 4-2-3-1.
Por vezes, assim como fez no Coritiba, utilizou um esquema
com três volantes. Nunca funcionou bem. Pelos trabalhos em Coritiba e Cruzeiro,
podemos afirmar que é praticamente um técnico de um esquema só, o 4-2-3-1. Com De Arrascaeta
em campo, o Cruzeiro atuou algumas vezes no 4-4-1-1 (veja análise aqui), já que o uruguaio jogava
muito à frente. Mas foi uma variação que, provavelmente, foi feita contra a
vontade de Marcelo e, mais, pela característica de Arrascaeta. Também não
funcionou bem.
Palmeiras de Oswaldo Oliveira
O Palmeiras de Oswaldo Oliveira jogava no 4-2-3-1 e no 4-1-4-1,
variando para o 4-3-3 com um falso 9. Um ponto a se ressaltar na estrutura
tática e plano de jogo do Palmeiras sob Oswaldo era a troca de passes intensa
no campo adversário. O Palmeiras dominava seus adversários ao ganhar o meio
campo em número e qualidade. Seus jogadores, muito técnicos, conseguiam manter
a posse de bola, empurrando o adversário para o campo de defesa.
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Esquema utilizado contra o Corinthians, com Valdívia como falso 9 e alternando com Robinho na frente |
É um erro achar que o Palmeiras finaliza pouco. Na verdade, o Palmeiras finaliza mal
O problema do Palmeiras de Oswaldo Oliveira sempre foi a
falta de penetração e finalizações erradas. O Palmeiras de Oswaldo era ótimo
para dominar jogos, mas ruim para decidir partidas. É um erro achar que o
Palmeiras finaliza pouco. Na verdade, o Palmeiras finaliza mal. O time é o quarto
do Campeonato Brasileiro em finalizações certas, com 33. O líder é o Atlético
Mineiro, com 43 (e um jogo a mais). O time errou, até agora, 49 finalizações. É
a sexta equipe que mais erra. O time do Atlético Mineiro, líder em acertos, é o
segundo que mais erra: 58 finalizações. O líder em erros de finalizações é o
Santos, com 60. Por outro lado, o Santos é o terceiro que mais acerta, com 35
finalizações corretas. As estatísticas são do Footstats.
Ou seja, o problema do Palmeiras nunca foi finalizar pouco e
nem errar, já que isso são normais os erros em times que finalizam muito. O
problema é que o Palmeiras de Oswaldo era um time que finalizava mal, isto é, sem
força ou nas mãos do goleiro. É um problema técnico, não tático. Em outras
palavras, era um problema dos jogadores, ou do posicionamento deles. A chegada
de um centroavante como Alecsandro e o reposicionamento de alguns jogadores —
colocando quem finaliza melhor mais perto do gol — pode resolver o problema.
Palmeiras com Marcelo Oliveira
No Cruzeiro de 2015, Marcelo Oliveira reclamava que não
tinha meias e a diretoria do clube não o atendeu. No Palmeiras, Marcelo Oliveira
terá meias em profusão: Robinho, Cleiton Xavier e Zé Roberto como meias
avançados, Arouca como volante-meia (e também Robinho), além da possibilidade
de contar com Valdívia, caso renove seu contrato.
Assim, o time terá as peças mais desejadas por Marcelo
Oliveira. Dois volantes técnicos (Gabriel e Arouca), meias armadores e atacantes
de velocidade na linha de três.
Marcelo Oliveira é um técnico que só dá certo com Éverton Ribeiro em campo?
Em sua carreira, Marcelo Oliveira realizou dois grandes e
reconhecidos trabalhos: no Coritiba e no Cruzeiro. Antes, teve passagens
discretas em diversos clubes, entre eles o Atlético Mineiro e o Vasco. No Coritiba
2011-2012, assim como no Cruzeiro 2013-2014, Marcelo contava com Éverton
Ribeiro no elenco. Situação que leva a uma questão: seria Marcelo Oliveira um
técnico dependente de Éverton Ribeiro? Ou ainda: qual o peso de Éverton Ribeiro
nas equipes vencedoras treinadas por Marcelo Oliveira?
Talvez o questionado mais correto seria: Marcelo Oliveira
conseguirá montar uma boa equipe sem um jogador como Éverton Ribeiro? Uma
dúvida que poderá ser dirimida com o trabalho de Marcelo Oliveira no Palmeiras.
Éverton Ribeiro é um meia-atacante muito versátil, que talvez não tenha
recebido o merecido destaque por não ter jogado, na posição em que está hoje
(jogou no Corinthians como lateral esquerdo), em clubes de São Paulo ou Rio de
Janeiro. Ele é técnico, veloz, dribla em velocidade, dribla em espaços curtos,
arma e chega à frente para finalizar. Um grande mérito de Marcelo Oliveira foi
exatamente este: encontrar a posição correta de Éverton Ribeiro.
Quem seria o “Éverton Ribeiro” do Palmeiras?
Caso realmente Marcelo Oliveira adota a mesma formação
tática no Palmeiras, qual (is) jogador (s) poderia (m) fazer o papel de Éverton
Ribeiro e Ricardo Goulart no time? Zé Roberto poderia fazer o papel de armador
pelo lado, como Éverton fazia no Cruzeiro. Além dele, Robinho é outro nome.
Ambos são dinâmicos o suficiente para fazer o papel de armar e, ainda, chegar à
frente.
Cleiton Xavier já tem outra característica. Marcelo Oliveira
deve colocá-lo no centro da linha de três meias. Neste caso, Robinho ou Zé
Roberto fica fora, já que a linha ficaria com pouca força para penetrar e
finalizar.
O jogador que mais se aproxima das características de
Ricardo Goulart no Palmeiras é Rafael Marques. Ele é alto, cabeceia bem e tem
força para chegar à área e voltar para recompor. Seria o nome ideal para a
posição central da linha de três caso Marcelo queira “clonar” o estilo de jogar
do Cruzeiro 2013-2014. Neste caso, Cleiton Xavier poderia jogar por um lado,
com um atacante de velocidade (Dudu ou Kelvin) do outro lado. Entretanto, Rafael
Marques prefere atuar aberto.
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Cleiton Xavier armando pelo lado e Rafael Marques pelo centro: "clones" de Éverton e Goulart |
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O 4231 do Marcelo Oliveira em 2011 era: Edson Bastos; Jonas, Pereira, Émerson e Lucas Mendes; Léo Gago e Leandro Donizete; Rafinha, Marcos Aurélio e Davi; Bill